Vitalizações das línguas e criações indígenas
- ISBN digital: 9786559399819
- ISBN impresso: 9786559399802
- DOI: 10.31560/pimentacultural/2024.99819
Organizadores: Ana Lúcia Liberato Tettamanzy, Áustria Rodrigues Brito e Lucivaldo Silva da Costa
Ao longo de mais de setenta anos de vida academicamente produtiva, Aryon Dall'Igna Rodrigues realizou estudos comparativos de línguas indígenas, identificou documentação histórica nos arquivos e formulou hipóteses consistentes do relacionamento genético, envolvendo os troncos Tupi, Macro-Jê e Karib. Costumava recusar o termo "moribundas" para designar o estado das quase 200 línguas indígenas faladas atualmente no Brasil, porque isso seria admitir que estão morrendo. Preferia chamá-las de "anêmicas", que podem ser revitalizadas com sangue novo.
José Ribamar Bessa Freire
O Caderno 3 do Procad Amazônia objetiva divulgar as pesquisas desenvolvidas e/ ou em desenvolvimento no âmbito do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica da CAPEs. O tema proposto é bem provocativo, pois visa ao fortalecimento das línguas indígenas, em grande parte anêmicas, conforme Aryon. E como sabemos, o extermínio físico dos povos indígenas tem sido o maior impedimento à manutenção e ao aprendizado de suas próprias línguas, mas também a assimilação cultural tem sido um instrumento poderoso de extinção das línguas, já que o Português, língua de prestígio, desloca a língua indígena do seu uso como primeira língua, como língua de cultura, marcando assim uma imposição linguística. Os estudos aqui reunidos enfrentam esse glotoetnocídio ao apresentar criações literárias e artísticas como processos de resistência epistêmica desses povos na ativação de suas subjetividades e cosmologias. Também são produzidos materiais didáticos e reflexões sobre as condições de línguas indígenas da região norte do país que partem da realidade biossocial das suas comunidades e da educação escolar diferenciada. Portanto, esperamos que essa coletânea sirva de inspiração a outros Programas de Pós-Graduação que queiram (re)conhecer as línguas e as artes indígenas. Esperamos ainda que propicie o acesso a uma história desocidentalizada em prol de políticas linguísticas, culturais e educacionais que considerem as diversidades étnicas no Brasil.
Os Organizadores
SUMÁRIO
Apresentação
Parte 1
CAPÍTULO 1
Pensamentos Expandidos e Levante do Silenciado: Percursos a partir de Criações e Re-Existências Indígenas
Ana Lúcia Liberato Tettamanzy
CAPÍTULO 2
Decolonialidade Indígena e suas Aplicações Pedagógicas
Amanda Benedett
Marcos Lampert Varnieri
CAPÍTULO 3
As regras do jogo servem para todos?
Epistemologias indígenas na busca de uma formação decolonial para alunos da Educação Básica
Diego Bonatti
Nidiane Saldanha Perdomo
CAPÍTULO 4
Gênero e Colonialidade nas Práticas Artísticas de Mulheres Indígenas
Paloma de Melo Henrique
Cássia Josiele da Silva
Parte 2
CAPÍTULO 5
Educação indígena, educação escolar indígena e diálogos entre saberes
Lucivaldo Silva da Costa
Deuzimar Tarracanã Karajá
CAPÍTULO 6
Educação escolar Xikrin: em busca do ensino bilíngue, intra e intercultural e específico
Lucivaldo Silva da Costa
Edite Smikidi da Mata de Brito
CAPÍTULO 7
O Estudo de Percepções e Crenças Linguísticas do Aluno Indígena acerca da Relevância da Língua Portuguesa na Aldeia Kôjakati
Lucivaldo da Silva Costa
Silvia Adriany Almeida Barreto
CAPÍTULO 8
Construção de Material Didático no Contexto Indígena por meio das Narrativas Orais: Um Estudo sobre Memórias e Identidades
Áustria Rodrigues Brito
Simone Pereira Lima Scherrer
CAPÍTULO 9
Narrativas, Memórias e Identidades: Análise do Livro “Mẽ Ikwỳ Tekjê Ri – Isto pertence ao meu povo”, de Toprãmre Krôhôkrenhũm
Áustria Rodrigues Brito
Simone Pereira Lima Scherrer
Sobre os organizadores e as organizadoras
Sobre os autores e as autoras
Índice remissivo