Vitalizações das línguas e criações indígenas

Organizadores: Ana Lúcia Liberato Tettamanzy, Áustria Rodrigues Brito e Lucivaldo Silva da Costa
Ao longo de mais de setenta anos de vida academicamente produtiva, Aryon Dall'Igna Rodrigues realizou estudos comparativos de línguas indígenas, identificou documentação histórica nos arquivos e formulou hipóteses consistentes do relacionamento genético, envolvendo os troncos Tupi, Macro-Jê e Karib. Costumava recusar o termo "moribundas" para designar o estado das quase 200 línguas indígenas faladas atualmente no Brasil, porque isso seria admitir que estão morrendo. Preferia chamá-las de "anêmicas", que podem ser revitalizadas com sangue novo. José Ribamar Bessa Freire O Caderno 3 do Procad Amazônia objetiva divulgar as pesquisas desenvolvidas e/ ou em desenvolvimento no âmbito do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica da CAPEs. O tema proposto é bem provocativo, pois visa ao fortalecimento das línguas indígenas, em grande parte anêmicas, conforme Aryon. E como sabemos, o extermínio físico dos povos indígenas tem sido o maior impedimento à manutenção e ao aprendizado de suas próprias línguas, mas também a assimilação cultural tem sido um instrumento poderoso de extinção das línguas, já que o Português, língua de prestígio, desloca a língua indígena do seu uso como primeira língua, como língua de cultura, marcando assim uma imposição linguística. Os estudos aqui reunidos enfrentam esse glotoetnocídio ao apresentar criações literárias e artísticas como processos de resistência epistêmica desses povos na ativação de suas subjetividades e cosmologias. Também são produzidos materiais didáticos e reflexões sobre as condições de línguas indígenas da região norte do país que partem da realidade biossocial das suas comunidades e da educação escolar diferenciada. Portanto, esperamos que essa coletânea sirva de inspiração a outros Programas de Pós-Graduação que queiram (re)conhecer as línguas e as artes indígenas. Esperamos ainda que propicie o acesso a uma história desocidentalizada em prol de políticas linguísticas, culturais e educacionais que considerem as diversidades étnicas no Brasil. Os Organizadores
SUMÁRIO Apresentação Parte 1 CAPÍTULO 1 Pensamentos Expandidos e Levante do Silenciado: Percursos a partir de Criações e Re-Existências Indígenas Ana Lúcia Liberato Tettamanzy CAPÍTULO 2 Decolonialidade Indígena e suas Aplicações Pedagógicas Amanda Benedett Marcos Lampert Varnieri CAPÍTULO 3 As regras do jogo servem para todos? Epistemologias indígenas na busca de uma formação decolonial para alunos da Educação Básica Diego Bonatti Nidiane Saldanha Perdomo CAPÍTULO 4 Gênero e Colonialidade nas Práticas Artísticas de Mulheres Indígenas Paloma de Melo Henrique Cássia Josiele da Silva Parte 2 CAPÍTULO 5 Educação indígena, educação escolar indígena e diálogos entre saberes Lucivaldo Silva da Costa Deuzimar Tarracanã Karajá CAPÍTULO 6 Educação escolar Xikrin: em busca do ensino bilíngue, intra e intercultural e específico Lucivaldo Silva da Costa Edite Smikidi da Mata de Brito CAPÍTULO 7 O Estudo de Percepções e Crenças Linguísticas do Aluno Indígena acerca da Relevância da Língua Portuguesa na Aldeia Kôjakati Lucivaldo da Silva Costa Silvia Adriany Almeida Barreto CAPÍTULO 8 Construção de Material Didático no Contexto Indígena por meio das Narrativas Orais: Um Estudo sobre Memórias e Identidades Áustria Rodrigues Brito Simone Pereira Lima Scherrer CAPÍTULO 9 Narrativas, Memórias e Identidades: Análise do Livro “Mẽ Ikwỳ Tekjê Ri – Isto pertence ao meu povo”, de Toprãmre Krôhôkrenhũm Áustria Rodrigues Brito Simone Pereira Lima Scherrer Sobre os organizadores e as organizadoras Sobre os autores e as autoras Índice remissivo

eBook gratuito disponível nas plataformas

Venda e distribuição nacional de livros impressos

E-BOOKS RELACIONADOS: