Entre o silêncio e o dizível: um estudo discursivo de sentidos de bilinguismo, educação bilíngue e currículo em escolas bilíngues português-inglês
- ISBN digital: 9786559397242
- ISBN impresso: Publicação apenas digital.
- DOI: 10.31560/pimentacultural/2023.97242
Autora: Laura Fortes Coordenação: Mayumi Ilari, Daniel Ferraz
Neste percurso de pesquisa, lançamo-nos a um gesto de leitura sobre os discursos produzidos em torno da expansão de escolas bilíngues português-inglês no sistema educacional brasileiro, num processo de produção de sentidos marcado por uma tensão entre o silêncio e o dizível. A partir de deslocamentos teóricos, na busca por possibilidades de entremeio, a análise propôs pensar o currículo como um instrumento linguístico, constituindo outros caminhos de interpretação para compreender suas implicações políticas e ideológicas.
Introdução: o começo de um gesto de leitura
I. – Puxando o fio de um relato: incursões incipientes pelas discursividades em circulação sobre a educação bilíngue
II. – (Des)arquivando: adentrar o “campo de documentos pertinentes e disponíveis sobre uma questão”
III. – Percursos de hipóteses: “’Quando lhe mostramos a lua, o imbecil olha o dedo’. Com efeito, por que não?”
IV. – O (estado de) corpus: “conjunto sem fronteira no qual o interdiscurso, exterior, irrompe no intradiscurso”
Parte I
Bilinguismo e educação bilíngue: formação de conceitos, condições de produção e circulação de sentidos
Capítulo 1
O bilinguismo como objeto de conhecimento: a formação dos conceitos
1.1 Discursos da linguística e produção de saberes sobre bilinguismo
1.1.1 Configuração de um arquivo do discurso científico sobre bilinguismo
1.2 Conceitualizações sobre bilinguismo produzidas pela linguística
1.2.1 O bilinguismo de prestígio em processos de designação
1.3 A emergência de conceitos discordantes: processos de ressignificação de sentidos de bilinguismo
1.3.1 Pêcheux e Pennycook: das (im)possibilidades de práticas de entremeio
Considerações sobre o capítulo
Capítulo 2
Políticas de línguas e memória: espaços do silêncio, espaços do dizível
2.1 Políticas de línguas
2.1.1 Memória do ensino de língua estrangeira no Brasil: uma bifurcação de sentido 2.1.2 Circunstâncias globalizantes
2.2 O espaço do silêncio: (des)regulação do discurso político-educacional
2.3 O espaço do dizível: internacionalização,poder e subjetividade
Considerações sobre o capítulo
Capítulo 3
Discursividades sobre a educação bilíngue no Brasil: academia, mídia e divulgação institucional
3.1 Academia: produção de saberes e (in)visibilidade de divisões
3.2 Mídia: metonímia de celebração da vantagem bilíngue
3.3 Divulgação institucional: celebração do inglês global e da comunicação espontânea
Considerações sobre o capítulo
Parte II - Sentidos do currículo da escola bilíngue português-inglês no discurso profissional
Introdução à parte II
A) Etapas da configuração do arquivo do discurso profissional
B) Normas para transcrição
B.1) Observações gerais sobre a transcrição
C. A configuração do corpus e novas possibilidades de produção de sentidos
D. Elaboração das categorias de análise para a leitura do arquivo
Capítulo 4
Bilinguismo: o discurso científico e a taxonomia do impossível
4.1 O bilinguismo entre sentidos ontológicos e institucionais
4.2 Sentidos de bilinguismo como efeitos de um processo parafrástico
4.3 Sentidos de ensino bilíngue entre tautologias e espaços de equívoco
4.4 O sujeito bilíngue como máquina lógica
Considerações sobre o capítulo
Capítulo 5
Pygmalion: o discurso institucional e a legitimação
5.1 Venerando a criação: uma instituição sem falhas
5.2 O sujeito-aluno: projeto e produto da instituição
5.2.1 O aluno top
5.2.2 O monolíngue transformado em bilíngue
5.2.3 Cidadãos pluriculturais para o mundo globalizado
5.3 O modo comparativo de dizer construindo a legitimação
5.4 (Contra)identificações com uma educação de elite: mais um lugar de legitimação?
Considerações sobre o capítulo
Capítulo 6
Currículo e sujeito: recorte e organização de saberes
6.1 Processos metonímicos de definição do currículo bilíngue
6.1.1 O currículo bilíngue integrado: um lugar de completude, equilíbrio e harmonia
6.1.2 O currículo bilíngue baseado em projetos: instauração de certos modos de governamentalidade
6.1.3 O currículo bilíngue socioconstrutivista: diluição e indistinção
6.2 O currículo como organização de saberes
sobre (o ensino d)a língua: representação de um lugar sempre atingível
6.2.1 (O ensino d)a língua como mediação: um saber sobre algo pela língua
6.3 O currículo bilíngue regulamentado: espaços de (des)regulação
Considerações sobre o capítulo
Considerações finais: “a questão da interpretação é incontornável e retornará sempre”
I. – Reformulações sintéticas dos percursos de leitura
II. – Transformações da hipótese inicial e formulação de uma nova hipótese a partir das relações com o “sistema diversificado” do corpus
III. – Desdobramentos a partir de pontos de inflexão teórica
IV. – Possibilidade de deslocamentos a partir de “tomadas de posição”
Referências
Índice Remissivo
Sobre a autora