Livro publicado: “Masculinidade, Política e Ressentimento”: A Reinvenção da Moralidade Viril na Política Brasileira

A editora Pimenta Cultural lança “Masculinidade, Política e Ressentimento”, uma obra organizada por Danielle Brasiliense e Paulo Vaz que investiga como a masculinidade tem sido usada como ferramenta política de manipulação e controle na sociedade brasileira.
O livro publicado é um mergulho profundo nos discursos de ódio, conservadorismo e na imposição de uma moralidade viril, que têm moldado o cenário político do país nos últimos anos.
A publicação parte de uma longa trajetória de estudos dos organizadores, que desde 2010 se dedicam a analisar a interseção entre comunicação, política e sociedade. Essa nova contribuição examina como a masculinidade contemporânea, em reação às mudanças sociais, busca reafirmar o patriarcado e valores cristãos tradicionais.
A obra evidencia ainda o papel da extrema direita na manipulação de discursos, incitando violência contra minorias e promovendo retrocessos sociais. As autoras e os autores abordam também o perigo da popularidade do bolsonarismo e do conservadorismo durante cenários mundiais emergenciais como a pandemia de Covid-19, que resultou na morte de mais de 700 mil brasileiros.
O livro, embora centrado na política brasileira, também possui relevância para a política mundial atual, que se afoga em meio à ascensão do neoliberalismo em posições de poder.
Contribuições dos organizadores
Danielle Brasiliense e Paulo Vaz são pesquisadores com ampla experiência em comunicação e sociedade. Sua parceria começou no IDEA, laboratório da Escola de Comunicação da UFRJ, em 2010. Desde então, têm produzido análises que interligam mídia, narrativas políticas e as subjetividades contemporâneas. Um marco dessa colaboração foi o estudo publicado em “A Violência na Berlinda”, que explorou o impacto do bullying e as representações midiáticas da violência, em casos como o massacre de Realengo.
Em “Masculinidade, Política e Ressentimento”, os organizadores expandem esse olhar crítico, abordando temas como corpo, risco, violência simbólica e as relações de poder no Brasil atual.
Relevância social e política do livro publicado
O livro oferece uma contribuição significativa para o debate sobre as raízes do conservadorismo e os impactos da masculinidade hegemônica na sociedade. Ao conectar política, comunicação e estudos de gênero, os autores destacam como esses elementos se entrelaçam para moldar as dinâmicas de poder e exclusão.
Obra já disponível para leitura na versão digital.
Sinopse da obra
Um rápido olhar sobre a política brasileira recente levanta uma questão: por que o populismo conservador no Brasil utiliza estrategicamente a performance da masculinidade para angariar apoio?
A resposta imediata é que questões morais se tornaram importantes para a política no Brasil e em muitos outros países.
A masculinidade emerge por reação, tornando-se modo de reivindicar a tradição patriarcal, dos privilégios dos homens às violências e expurgação moral a qualquer outra representação de gênero.
Sobre os organizadores
Danielle Brasiliense
Professora Associada do departamento de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense. Membro do corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura UFRJ. Pesquisadora do IDEA/Laboratório de História dos Sistemas do Pensamento e do Núcleo de Estudos e Projetos Comunicacionais (NEPCOM/ECO/UFRJ). Pós-Doutorado na França, Université de Versailles Saint-Quentin de Yvelines no Centre d’Histoire Culturelle des Société Contemporaines. Doutora e Mestre em Comunicação e Cultura. Graduação em Jornalismo. Coordenadora do Laboratório de Mídia e Violência. Autora dos livros: “A mídia, o perverso e o gosto da violência”; “Quando o filho mata o pai: as narrativas dos crimes de parricídio que abalaram o Brasil” e “A Chacina da Candelária e as memórias narrativas de O Globo”. Coordenadora de pesquisa pelo Edital Universal (CNPq/MCTI/FNDCT No 18/2021) com o projeto Masculinidades na encruzilhada, as novas possibilidades de gênero e suas produções midiáticas.
Paulo Vaz
Professor do PPGCOM-ECO/UFRJ. Doutor em Comunicação pela UFRJ. O autor agradece ao CNPq pelo apoio ao projeto Vítima, Trauma e Testemunho, e à CAPES ao projeto Obstáculos à comunicação de risco na pandemia de Covid-19. Possui graduação em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985), mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1988), doutorado em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994) e pós-doutorado pela University Of Illinois At Chicago (2004) e pela Université Paris 8 (2024). Atualmente, é Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Apoio para a publicação
Com apoio do CNPq e da Capes, “Masculinidade, Política e Ressentimento” surge como um alerta para a mídia e a política brasileira, destacando seus impactos em todos os setores da sociedade, tornando-se uma leitura essencial para toda a população.
Essas questões são fundamentais para entender as dinâmicas de poder em jogo na sociedade brasileira contemporânea.